Tão queridos e funcionais os nossos Serviços de Finanças, que com a sua bem oleada máquina, nos descobrem em qualquer local! A nossa família e pessoas mais chegadas até podem desconhecer o nosso paradeiro, e por motivos vários não se esforçarão no sentido de colmatar essa ignorância. Uma vizinha atenta eventualmente preocupada por termos desaparecido do seu horizonte sem qualquer explicação, tentará denunciar a situação, só que, pelos vistos, não o fará perante as Entidades competentes(?). Os vales para pagamento da nossa reforma não são levantados? Segundo as normas da Segurança Social, não há "azar", e para a G.N.R., se a denunciante tiver uma certa idade estará certamente com as capacidades intelectuais diminuídas, não sendo assim de levar a sério as suas palavras, ainda para mais se o olfacto dos elementos da autoridade não detectar odores menos agradáveis do lado de fora da porta da nossa residência! E, nestes termos poderemos estar sem contacto algum durante vários anos, que, só graças à falta de pagamento ao fisco darão com o nosso corpo!
Tenho uma sugestão para apresentar ao Senhor Ministro das Finanças, que vou deixar aqui.
Os Serviços Públicos estão a viver um período de amplas mudanças, no sentido de facilitar a vida a todos os cidadãos de Portugal. O "Simplex" ajuda-nos imenso conforme se verificou ainda há pouco tempo num acto eleitoral, de maneira que dei comigo a cogitar se não seria útil o Fisco passar a ter nos seus quadros uns quantos agentes funerários que dariam os passos necessários para que se concretizassem os funerais dos cidadãos encontrados defuntos por esses Serviços.
Os familiares não teriam de dar qualquer passo nesse sentido!
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