sábado, 5 de março de 2011

Vivências de uma Escriba


Brandia a bengala e batia com ela no balcão enquanto gritava para algum elemento do público que o tinha enervado: "ponha-se na rua porque quem manda nesta casa sou eu. Estou cá a trabalhar desde os 12 anos". A Maria assistiu a vários episódios do género, comandados por um Escriba de certa idade, que mancava e considerava a Repartição um feudo seu. Estava 1974 prestes a dar lugar a novo ano e a então praticante nos Serviços sentia-se intimidade com a figura descrita.
A Maria recebia instruções para entrar antes da hora, juntamente  os  elementos efectivos, para dactilografarem documentos a extrair de uns livros enormes, visto a máquina de fotocópias não reduzir o tamanho das letras, e após a abertura ao público havia que ir para o atendimento. Nesse período, em que a porta se encontrava cerrada, conversava-se um pouco, mas não quando o senhor da bengala estivesse presente. Dizia ele que na Repartição não se podia falar sobre a vida particular, muito embora se estivessem a fazer horas extraordinárias sem qualquer pagamento!

2 comentários:

Anónimo disse...

caramba! esse tipo dava para ser chefe no MacDonalds!
Gosto de ler estes "contos", continua!
Galinhola

Libania Neves on 8 de março de 2011 às 14:15 disse...

se o visses mandar calar uma funcionária-escrava, que entrava de madrugada na repartição, saía noite escura, e levava uma pasta com trabalho para efectuar ao serão, ficavas muda! O cavalheiro utilizava o seguinte argumento: "cale-se, porque está a qui para trabalhar, e obedeça-me porque fui eu que a "meti" cá! O tom de voz era simplesmente aterrorizador. Nota que a senhora falava fora das horas de expediente!
Vou continuar a escrever sobre estas vivências, sim senhora.
Ainda há muita matéria para explorar. bj

 

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