terça-feira, 30 de novembro de 2010

Viagem a Barcelona


(árvore da sombra)

Caso não esteja a traduzir mal a tabuleta que estava junto da árvore da foto acima, o seu nome é  "árvore da sombra". Achei-a muito engraçada. Emerge da terra, num emaranhado de pequenos troncos, que se fundem depois num só, o qual se divide, a páginas tantas, por vários, onde mora a folhagem, formando uma copa grande. Havia muitos exemplares em Barcelona, que me passaram despercebidos, aquando da minha primeira visita à cidade. há una anos. Outra presença, esta barulhenta, que era uma constante em todos os lugares por onde passávamos, era a de uns passarocos, que me pareceram agapones, (ou da família), verdes, que voavam de árvore em árvore, com o seu linguajar gritante, divertindo-me! Nos vários parques e jardins, a vegetação típica mediterrânica, (loureiros, oliveiras, carvalhos, laranjeiras), acolhia-nos, povoada por vários tipos de pássaros, um dos quais já referi. Na anterior visita à cidade de Gaudi, andei com um grupo, e uma guia profissional, debruçando-nos, principalmente, sobre a sua arquitectura. Foram 3 dias fantásticos.  Desta vez, a visita tornou-se mais abrangente,  tendo por companhia uma filha, e  um guia de viagem, em forma de livro. Deu para absorver  outro tipo de informação sobre a cidade... e continuar com o desejo de voltar!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

vivências de uma escriba


                                                                                                                              11
Recuemos a 1977, à mansão da Rua de Santa Catarina, cuja reparação foi tão desejada pela Maria, a quem, ainda hoje, lhe custa passar por lá, e ver a fachada num estado difícil de narrar, com arbustos nascidos nas frinchas da parede, a porta da entrada inchada e segura por corrente com cadeado, e que estará a prejudicar os prédios contíguos, devido a infiltrações das águas pluviais. Tem um letreiro a anunciar estar à venda. Pobre casa. A escriba imagina-a nos seus tempos de opulência, e consegue mesmo idealizar como seria, caso recebesse o tratamento necessário, e acolhesse vários Serviços Estatais, alguns tão mal instalados!
Num anexo, ao lado da  casa de banho liliputiana, havia um amontoado de móveis estropiados, e outros objectos difíceis de identificar, entre os quais umas vasilhas de cerâmica, que uma escriba de certa idade, contou à Maria, serem "escarradores", os quais fariam parte do "enxoval" das Repartições Públicas, noutras eras! Aterrador, não vos parece? Nunca a nossa Maria tinha tido conhecimento da existência desses recipientes!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Viagem a Barcelona


(A Dulce e eu, a tomar capuccino, no Starbucks)

A foto acima, captou um dos bons momentos, da nossa, (minha e da filha, Dulce), estadia, na cidade de Gaudi, na semana passada. Foram dias em que o bom tempo se fez sentir, e, munidas de um passe válido para autocarros/metro, visitámos os locais mais interessantes de Barcelona, onde eu já tinha estado, e onde gostaria de voltar! A propósito, aquele capuccino era divinal!

(animação, numa estação de metro)

Numa das estações do metro, um grupo de imigrantes,  tocava e cantava. Muitos dos transeuntes, levados pela música, dançavam, alegremente! Ao ver a foto, ainda consigo "ver" aquela animação...

domingo, 14 de novembro de 2010

Arco-Íris


Arco Íris

Fiz hoje uma viagem de carro, de cerca de 80 Kms, durante a qual vi: sol bonito, nuvens ameaçadoras, chuva, e, já no fim, um majestoso arco-íris, lindo e perfeito, que tentei fotografar, mas, com os vidros embaciados por dentro e molhados por fora, não consegui captar!
Foi um momento gratificante, deste domingo, que dedico à filhota mais nova, a quem queria escrever um post no seu aniversário, dia de São Martinho, e, por falta de oportunidade, não o fiz!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

vivências de uma escriba


                                                                                                                              10
Numa das Repartições por onde a Maria passou, teve um chefe, com um temperamento, que, segundo palavras do próprio, "não era nenhuma pêra doce". O relacionamento entre ambos foi bom, e ainda hoje continua a ser. O mesmo não se passava com uma colega da nossa escriba, que tinha frequentes atritos com ele, por motivos que não vamos aqui aprofundar. Aconteceu um episódio trágico-cómico, que "ficou na história" e que vos vou contar. Havia vários elementos  nesse Serviço, assim como pessoas suas conhecidas, que sofriam de sinusite. Alguém, amigo da referida colega da Maria, tinha-lhe falado de um fruto "milagroso", no referente a essa maleita,  que poderia ser encontrado no jardim botânico da Invicta. As instruções a seguir, eram fáceis. À noite, antes de deitar, retirava-se o pedúnculo do fruto, inalando depois um pouco da seiva, em cada narina, após ser levemente pressionado. A senhora, cheia de boa vontade, foi então à procura do pepino de São Gregório, assim se chamava o fruto, e trouxe uns quantos, que distribuíu na Repartição, onde ninguém conhecia essa espécie. A Maria agradeceu e levou o seu para casa, onde seguiu as indicações dadas. Ao puxar o pedúnculo do pequeno fruto verde, saíram disparadas, umas minúsculas sementes pretas! Encostou então o orifício deixado no pepino a uma das narinas, tapou a outra, pressionou o fruto e inalou um pouco da seiva, repetindo depois o mesmo na outra narina. Sentiu, de imediato, um sabor amargo na boca, comichão no nariz, onde tinha havido contacto com o fruto, e começou a "largar baba e ranho" pela boca e pelo nariz, que pareciam fontes! Não se sentia bem, pelo que optou por se deitar, tendo que ir buscar uma toalha, à casa de banho, para cobrir a almofada, porque as torrentes  escorriam sem parar! O travo amargo invadiu-lhe "as goelas", que começaram a inchar. Passou toda a noite sem conseguir dormir, e, de manhã, verificou que não conseguia engolir o pequeno almoço, estando com dores de cabeça e de garganta, e tendo que ter um lenço sempre à mão! Pensou, que, com o passar do dia, esses sintomas passassem, e foi trabalhar! Passou um dia miserável. Nenhuma das colegas que experimentou o fruto, sentiu sintomas tão agudos, porque teriam inalado menos quantidade de seiva. O chefe, esse, estava furioso, vociferando com a funcionária que lhe tinha "impingido" os pepinos. Uma senhora sua amiga, a quem dera um, ficou no estado da Maria, e telefonara-lhe dando-lhe conta da sua odisseia noturna, dizendo-lhe algo parecido com "o snr dr. queria-me matar!". Estava possesso o nosso chefe, que dizia à funcionária: "eu de si, não me admiro, porque acredita-se em tudo o que lhe dizem, admiro-me é de mim, por ter acreditado em si!". A Maria, no fim do dia, teve de ir ao médico, que lhe disse desconhecer tal fruto, mas verificar que lhe tinha causado forte reacção alérgica, medicando-a! Nos dias seguintes, a colega que levou os pepinos,  andava cabisbaixa e o chefe zangado! E assim foi, mais vírgula, menos vírgula, o episódio do pepino de São Gregório. 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

o diabo mora nos detalhes...como, por exemplo, num bolo-rei!


(a jarrinha da minha cozinha)


Que o diabo mora nos detalhes, já todos nós sabemos!
No Sábado passado, eu e o meu sócio, Fernando, comemorámos 34 anos de casados. Organizámos um churrasquinho, tendo sentido a falta da filha mais nova, actualmente residente em terras escandinavas, (ai, que saudade!). Veio parar cá a casa um bolo-rei, super fresco, com montes de frutas cristalizadas.
Ora, aqui a estouvada, desde que lhe retiraram  dois terços do estômago, que ainda não descobriu como foram lá parar, ficou com intolerância à lactose, e, ingerindo doces, fica muito mal disposta, com vómitos biliares,  precisando de se esticar numa cama, umas duas horitas, acompanhada de uma chávena de uma qualquer tisana, de tília, camomila, cidreira, ou de outra erva que o seu organismo aceite, após o que pode retomar o seu ritmo normal. Mas aquele período do "pós-doce", torna-se bem amargo! Esta situação dura já há mais de 10 anos, de maneira que já teve tempo de sobra para aprender a lição, e, colocar o sinal de proibição de tocar em qualquer doce que veja. Mas, por vezes, não resiste à tentação...é o diabo, demo, mafarrico, belzebu, satanás, chifrudo, ou como lhe queiram chamar, que mora nessas goluseimas, para a tentar, não haja qualquer dúvida...







sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Outono


Como diria a minha avozinha estamos na época do cair da folha, ou seja, no Outono!
Gosto das cores da folhagem de certas árvores e arbustos, compondo uma paleta de tons que vão do alaranjado ao castanho escuro!
Aprecio também os frutos da época. Castanhas, cozidas ou assadas, dóspiros, coroa de rei, marmelos assados...
Este ano já fui presenteada com geléia e marmelada, caseiras, assim como tabuleiros repletos de lindos dióspiros.
Quanto à geléia e marmelada, fazem-me sempre recordar outras pessoas muito queridas, que, antes de partirem para a viagem que todos nós faremos um dia, confeccionavam esses doces e repartiam comigo, sabendo que não tenho queda para os fazer!
Tenho saudades de umas papas de carolo de milho, com frutos secos, que eram cozinhadas pela D. Deolinda, amiga da família, natural de Castelo Branco, zona de onde penso serem originárias as ditas, que nunca aprendi a fazer. Essa nossa amiga, encontra-se com muita idade, e já não cozinha. Um beijinho para si, D. Deolinda!
É no Outono que também aparecem, cá em casa, abóboras lindas, que têm vários destinos, sendo um muito do agrado do marido: doce dessa Cucurbitaceae, com pedacinhos de noz!
A sopa por nós, (eu e o marido), preferida, nesta estação do ano, leva nabos, que não faltam também em qualquer acompanhamento de legumes cozidos.
E a jeropiga...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

É uma menina!


Os papás souberam hoje, e transmitiram à família, que, o bebé que vem a caminho, é uma menina!
A Maria Leonor vai ter uma mana, que, se cumprir o prazo previsto, nasce em meados de Março.
E eu sinto-me orgulhosa de bisar essa condição, tão doce, de ser avó de outra miúda, que, pressinto, vai ser traquinas como a Nôr, a qual está hoje comigo e anda feliz, a cantarolar e brincar.
A próxima primavera vai ser mais ternurenta, com o nascimento da bebé!
Agora, vamos esperar para saber o nome que os pais vão escolher. Depois digo-vos...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

vivências de uma escriba


                                                                                                                                                         9
No mês de Novembro de de 1974, encontrava-se Portugal ainda no rescaldo das alterações políticas que erradicaram o Salazarismo do poder político, a nossa escriba, Maria, de seu nome, ingressou, na cidade onde residia, nos Serviços, nos quais viria a decorrer a sua carreira profissional, em diversas Repartições do País. Era escriba praticante, ou seja, cumpria o horário integralmente, como os outros escribas, sendo que entravam sempre antes da hora prevista e saíam bem depois do horário de trabalho expirado, porque o volume de trabalho a isso obrigava, não havendo pagamento das inúmeras horas extraordinárias! Sendo praticante, não tinha direito a qualquer salário, mas, em compensação, fazia certas tarefas que mais ninguém queria. Esteve, nessas condições, largos meses, até que a chefe escriba, entendendo que era um elemento válido para o trabalho da repartição, cujo quadro de pessoal era diminuto, conseguiu que a tutela dos Serviços lhe concedesse a categoria de escriba assalariada, por um prazo de seis meses, que seria prorrogado por outros seis meses, tendo, no entanto, um dia de intervalo, no qual  seria escriba praticante.
Enquanto escriba assalariada, recebia vencimento. Mas o assalariamento não podia durar muito tempo. Foi aconselhada a concorrer para os lugares de escriba escrituraria, que viessem a concurso, a nível do País, de modo a alcançar estabilidade profissional. Assim o fez. Os requerimentos, a solicitar a admissão aos concursos, eram manuscritos em papel selado, hoje inexistente, com assinatura reconhecida em cartório notarial. Um dos 14 requerimentos, nos quais impetrou um lugar, conduziu-a à Rua de Santa Catarina, na Invicta!
Existiam ainda muitos resquícios, da época anterior ao 25 de Abril, nos organismos Públicos. Cada ofício, (ainda não tinha telefone, a repartição), dirigido à tutela, era cuidadosamente estudado e redigido com servilismo, e as inspecções de rotina, efectuadas periodicamente, eram encaradas com muito receio, por parte de todos os elementos do Serviço. A hierarquia, nos próprios Serviços, tinha regras muito rígidas, sendo que até nas secretárias, de madeira, feitas por prisioneiros, havia distinção quanto ao tamanho, consoante a categoria para quem se destinavam! E, bater à porta do gabinete do dirigente escriba, para tratar de assunto que só ele podia decidir, implicava que,  cautelosamente, averiguar junto do colega de categoria superior, se tal era possível, naquele momento!
Num calhamaço enorme, denominado "livro diário", anotavam-se, por ordem cronológica, todos os actos elaborados na repartição, bem como os respectivos emolumentos e imposto de selo. Era prática corrente, embora não legislada, que nesse livro figurasse sempre a mesma letra, e que não se fizessem rasuras ou emendas. Ora, isto levava a que os funcionários, com os documentos quase prontos para entregar aos utentes, tivessem de "arranjar" vez, para que o escriba responsável por tão delicada missão, lançasse o documento no livro diário, dando-lhe o competente número, após o que lhe era aposto o selo branco. Todos os escribas trabalhavam demasiadas horas, porquanto eram poucos para o Serviço que havia para concretizar, situação considerada normal pela Tutela dos mesmos! Havia muitos utentes que nunca tinham precisado de obter certos documentos, os quais, agora, se tornavam necessários.


vivências de uma escriba


                                                                                                                              8
Andava-se pelo ano de 1992, quando a nossa escriba, mudou de Repartição, para obter uma promoção na sua carreira. Passados meses, os Serviços instalados na Rua de Santa Catarina, transitaram, "provisoriamente", levando atrás de si um séquito de mobiliario, documentos e livros, para o Largo do Viriato. As almejadas obras começariam, em breve!
Encontramo-nos agora em 2010. A Repartição encontra-se sedeada em local do qual não reza a história, e a nossa escriba, retirou-se para os bastidores, por motivos de saúde. Os dois edifícios a que foi dado enfoque, nos posts anteriores, das vivências de uma escriba, ambos imponentes e património do Estado, não sofreram de nenhuma das recuperações, que lhes estavam reservadas, tendo sido, entretanto,vendidos!
Quanto ao propagandeado Campus, consta-se que vai ser implantado em terrenos não pertencentes ao Estado, o qual, para além daqueles dois casarões, tem um extenso rol de outros, uns vendidos e outros à venda!
 

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