segunda-feira, 4 de outubro de 2010

vivências de uma escriba


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O quadro eléctrico, situado no r/c, à entrada, era obsoleto. Quando foi instalado, a sua potência seria suficiente, o que não acontecia agora. Tinha sido visto, revisto e confirmado, por vários técnicos do ramo, de que teria de haver total remodelação nessa área. Acontecia, com uma frequência arrepiante, encontrarem-se os escribas a trabalhar, nos computadores, e, de rompante, haver um apagão total. Antes de se descerem as escadas, para ir ligar o botão, que tinha disparado, havia que decidir o que poderia ser desligado, para diminuir a quantidade de amperes, tarefa difícil, (tudo o que estava ligado fazia falta), e, quase sempre, vinha-se já a subir as escadas, quando se repetia o apagão! Receava-se pela "saúde" do material informático, e gastava-se muito tempo, no sobe e desce das escadas!
Quando chegaram as primeiras chuvadas, a seguir à vinda da  escriba para a Repartição, chegou também a sua surpresa maior. Nos pisos superiores, ainda não descritos, quando chovia, havia inundações. Era uma situação recorrente. As medidas, que encontrou, no sentido de travar (?)  a situação, são quase inenarráveis.
No 2º andar, situava-se outra casa de banho, idêntica à do 1º, só que, desde há muito, deixara de exercer funções. O tecto tinha desabado e estava repleta de entulho. Numa pequena sala, onde se alojavam livros carunchosos, cujo centenário tinha sido já celebrado, e na qual a água teimava em cair com mais abundância, tinha sido construída uma obra de arquitectura suspensa, constituída por fios e bocados de plástico, estrategicamente colocados debaixo das goteiras. No chão, para completa recolha da água, (impossível), havia recipientes de plástico. Parece-me que vos oiço rir, mas, se tivessem recebido ordens no sentido de iniciar o vosso dia de trabalho, quando houvesse pluviosidade, nos andares superiores, (sim, que ainda não cheguei ao do telhado), para despejar as caixas do chão, sacudir o plástico suspenso, e ir mudando essas traquitanas, ao sabor da vontade das quedas de água, sabendo que, na Secretaria, tinham o (muito) Serviço à espera, o vosso riso esmorecia.
Vamos então até ao derradeiro andar, onde o tecto não tinha forro, deixando entrar vento, frio e  chuva! Esta, tinha uma predilecção especial por cair numa parte baixa, onde não se cabia em pé, e lá havia que se dispor uma ou outra vasilha colectora, que se despejaria, para tornar a recolocar. Um verdadeiro pesadelo, dado que, nesse desvão, viam-se barrotes podres, no tecto, que inspiravam pouca segurança!

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